segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Despedidas

Olá galeguinhos. O parado de hoje não tem uma nota engraçada, mas deverá seguir com o mesmo conteúdo reflexivo que eu procuro colocar no conteúdo. Este texto é especial. É uma nota de pesar a duas pessoas próximas e que ao mesmo tempo foram distantes em minha vida de 23 anos e alguns meses. Ao meu tio Fábio Silva, herói, lutador e motorista que faleceu na semana passada após lutar durante dois meses pela sua vida e ao meu avô Francisco Saboia, guerreiro boêmio que me fez indiretamente tomar gosto pela leitura que encontrou seu merecido descanso após espera agonizante

Antes de críticas aleatórias, sou o tipo de pessoa que não tem muito apreço para com a família, a minha especialmente. Não tenho o hábito de guardar rancor, mas na minha memória, muitos exemplos do que não concordo como conduta, partiram do ‘lar’, portanto meu isolamento vai de encontro a isso. O pesar, porém, é sentido da mesma forma. Por estar distante, tanto do lado de lá quanto de cá, não sei dizer muitas coisas bonitas ou momentos marcantes, apelando para memória alheia para recordar momentos juntos, mas sei a parcela de contribuição que cada um deu ao seu redor, ao seu mundo.

Do meu tio Fábio eu não lembro quase nada, exceto que ele nas poucas vezes que nos vimos sempre pareceu ser uma pessoa do bem, muito alegre. Amava capoeira, eu que fiz capoeira e era amante de artes marciais e dança nunca entrei numa roda com ele. Vai entender. Coisas que vida não dá oportunidade. Enfim, só descobri coisas boas dele através de relatos. Sei que ele foi um dos heróis sem nome na tragédia da Serra, que ajudou a resgatar milhares de vida, tanto escavando com a mão quando não havia equipamentos como indo e vindo de ambulância, a qual dirigia e acabou por ironia do destino batendo ao se encaminhar para mais um resgate. Não sei muitas coisas, mas sei que uma pessoa que sempre ajuda os outros e acabou falecendo em virtude de uma profissão que ajuda pessoas merece um descanso de paz. E descanse em paz, tio Fábio.

Quanto ao velho Saboia. É ... ele teve seus momentos. De grandeza, de estupidez, mas viveu bem sua vida. E de certa maneira apontou um caminho, uma direção para todos. Ele que tanto gostava da cerveja e do vinho, de uma boa ópera em qualquer hora do dia. De um bom livro e de uma enciclopédia. Pergunte para qualquer um quem é bom pacas com os nomes de país e terão resposta graças a ele, pelo menos para as pessoas aqui de casa. Não concordo com muitas coisas que não valem a pena serem escritas, mas no geral ele conseguiu, na minha infância, passar dignidade e respeito para cada um dos netos. E foi o patriarca dessa família. Dessa grande e confusa família. Agora é com a gente, os problemas que ele já não teve mais condição de responder. E deixa com a gente, que cada um a sua maneira vai vencer. E descanse em paz velho Saboia, o homem que conseguiu se manter deitado da forma que mais me lembro dele até na morte.

ADENDOS

- Penso em duas homenagens em forma de música, daquelas que sempre fazem refletir. A coisa encaixa de forma tão perfeita que mexe com a gente. Conforme meu confuso texto sem edição nenhuma deixou claro lá em cima, a música que tocou para a formação desse texto foi uma e apenas uma. Aquela que me faz pensar no sentido de todas as coisas – Ashtar Command – Into Dust; A outra não tem letra, mas é importante em vários momentos e vocês conhecem. Para o velho Saboia, dedico Bolero de Ravel;- Eu descobri que tenho mais leitores do que imaginava gente;

- De todas as horas para ser encurralado, definitivamente esta não era a melhor delas;

- Um objetivo, uma mudança. Outro objetivo, outra mudança;

- E a gente segue buscando ...;

- E muito obrigado para todo mundo. Para a ELITE, para os ‘Waltecos’, para quem é de hoje, para quem é de longe e para quem é da casa. Sem vocês a vida seria tão sem graça quanto o show do RHCP no Rock in Rio;

Fui que fui.


Still falling
Breathless and on again
Inside today
Beside me today
A round broken in two
'Til your eyes shed
Into dust
Like two strangers
Turning into dust
'Till my hand shook with the way I fear

I could possibly be fading
Or have something more to gain
I could feel myself growing colder
I could feel myself under your fate
Under your fate

It was you breathless and tall
I could feel my eyes turning into dust
And two strangers turning into dust
Turning into dust

Nenhum comentário: